Doação de óvulos compartilhada

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A doação de óvulos compartilhada possibilita que pacientes que necessitem fazer a fertilização assistida compartilhem parte de seus óvulos com outras pacientes que não têm como produzi-los. Desta maneira, a técnica torna-se uma alternativa para quem tem problemas no ovário ou idade avançada, além reduzir os custos do tratamento, já que no processo duas fertilizações in vitro são realizadas ao mesmo tempo. 

 É importante destacar que ao contrário dos homens que produzem novos gametas (espermatozoides) ao logo da vida, as mulheres já nascem com uma quantidade de óvulos estabelecida, cerca de 400 mil óvulos, que vão sendo perdidos por um processo natural de morte celular. A quantidade de óvulos disponível para a mulher é chamada de reserva ovariana.  

Segundo Dr. Raul Eid Nakano, diretor da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida e da Ferticlin, com a chegada da menopausa, a reserva ovariana da mulher se esgota, impossibilitando a ocorrência de gravidez. Há também determinadas doenças genéticas ou infecciosas que interferem na produção ou até mesmo na qualidade dos óvulos, aponta o especialista.

Em contrapartida a este cenário, há mulheres que tem a chance de engravidar com seus próprios óvulos, mas por algum motivo precisam recorrer a alguma técnica de reprodução assistida, nem sempre tendo as condições financeiras condizentes com o procedimento indicado. Independente da situação apresentada, a doação de óvulos compartilhada é hoje uma possibilidade para estas mulheres. 

No Brasil, a Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) permite a doação de óvulos compartilhada, levando em consideração alguns critérios como: limite de idade para pacientes, idade para doação de óvulos, além de estabelecer a permissão de forma clara do uso da técnica por casais do mesmo sexo. A resolução ainda deixa claro o limite de embriões a ser transferido que varia de acordo com a idade da doadora, e não da paciente que vai receber os embriões. Segundo a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida o objetivo é reduzir o número de gestações múltiplas de maior risco tanto para gestantes, quanto para os bebês. 

Outro ponto importante na resolução é que a partir de agora, mulheres que querem engravidar, mas dependem da doação de óvulos, só poderão receber o material genético até os 50 anos de idade. Neste sentido, a resolução preenche a lacuna de não existir, no Brasil, uma legislação que regulamente a prática da reprodução assistida.

Dr. Raul Nakano aponta que a doadora em tratamento para engravidar, precisa ter menos de 35 anos, idade em que produz uma quantidade de óvulos suficiente para compartilhar, sem prejuízo ao seu próprio tratamento. Além disso, deve concordar em ceder, de forma anônima, parte dos seus óvulos coletados. As clínicas são obrigadas a guardar sigilo e a escolha das doadoras é responsabilidade do médico, garantindo à receptora, maior semelhança fenotípica entre ela e a doadora. 

“A doação de óvulos compartilhada que beneficia duas pessoas distintas, possibilita que mulheres que perderam a função dos ovários, por exemplo, tenham a chance de engravidar com os óvulos de uma doadora. Isto é o que chamamos de compartilhar VIDA! A medida é antes de tudo  um ato de solidariedade que ajuda muitos casais a realizarem o sonho de ter um filho. Por isso, é muito importante o acompanhamento com um profissional capacitado” reforça o doutor.

Consultem um especialista!

Dr. Raul Eid Nakano

CRM-SP 46.514

Diretor Clínico da Ferticlin – Clínica de Fertilidade.

Diretor da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida.