Mais de 400 mil japoneses podem morrer infectados pelo novo Coronavírus COVID-19, é o que a emissora japonesa NHK e outros veículos de comunicação vêm relatando nesta quarta-feira (15/04) caso as medidas de contenção da doença não forem tomadas. Os relatos citam uma projeção não divulgada do Ministério da Saúde que também estimou que cerca de 850 mil pessoas podem precisar de ventiladores. Atualmente, o Japão testa apenas pessoas com sintomas do novo coronavírus.

O Japão registrou uma taxa de infecção acelerada nas últimas semanas, principalmente em Tóquio. O governo através do primeiro ministro Shinzo Abe respondeu declarando Estado de Emergência na capital e seis outras áreas, incluindo Osaka, e uma meta de reduzir as interações entre as pessoas em 70%. O governador da prefeitura de Aichi também pediu ao governo japonês na quinta-feira (09/04) para adicionar essa prefeitura à lista e, em seguida, declarou independentemente um estado de emergência na sexta-feira. Hokkaido declarou um segundo estado de emergência no domingo (12/04).

Apesar de mais vazias após medidas do governo contra o novo coronavírus, ruas de Tóquio continuam bastante movimentadas (imagem: Issei Kato / Reuters via CNN)

As sete prefeituras permanecerão em estado de emergência até 6 de Maio.

Após adiar as Olimpíadas de 2020, programadas para acontecer este ano em Tóquio, especialistas dizem que as autoridades aumentaram os esforços para controlar a pandemia no país, mas temem que as ações possam ocorrer tarde e a demora custe a vida de milhares de pessoas. O número de casos confirmados de COVID-19 no Japão ultrapassou 8 mil, com ao menos 146 mortes, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.

Uma outra informação divulgada pelas agências de notícias japonesas é que já faltam termômetros em vários locais devido a propagação da doença, visto que mais empresas exigem que seus funcionários afiram suas temperaturas antes de ir trabalhar. Ao contrário de máscaras descartáveis e desinfetantes, o aumento repentino na demanda por termômetros deve se resolver com o tempo, mas alguns estão sendo vendidos em leilões online a preços exorbitantes.

Na Omrom Healthcare, uma unidade da companhia de eletrônicos japonesa Omron, sediada em Quioto, pedidos por termômetros em março aumentaram em 2.7 vezes em comparação ao mesmo período do ano passado.

“Janeiro normalmente é a temporada de pico, mas neste ano tivemos o mesmo volume mesmo seguindo para a primavera”, disse um porta-voz da companhia.

A Omron intensificou seu sistema de produção ao estender as horas de trabalho e adicionar turnos aos fins de semana, enquanto a principal fabricante de equipamentos médicos Terumo também está no processo de aumentar a produção de termômetros. Várias farmácias na província de Osaka viram as vendas de termômetros aumentarem em 9 vezes no mês de março comparadas ao ano anterior.

No site de leilões da Yahoo, termômetros que normalmente custam cerca de 2 mil ienes estão sendo vendidos com preços 3 vezes maior. Embora o governo tenha banido em Março a revenda de máscaras online em meio a desenfreados preços exorbitantes, termômetros não foram incluídos.

“À luz do clima social, vamos considerar o endereçamento da questão em cooperação com todas as partes relacionadas”, disse um porta-voz da Yahoo Japan, que opera o site de leilões.

De acordo com a Omron, termômetros geralmente têm uma vida de 5 anos. Uma outra fabricante prevê que a distribuição voltará ao normal assim que as pessoas que precisam receberem termômetros, já que eles podem ser usados por um longo tempo. Entretanto, alguns governos locais estão tendo dificuldades para lidar com a falta de termômetros em instalações que recebem pacientes com sintomas leves do vírus que causa pneumonia. A província de Kanagawa decidiu pedir que termômetros sejam doados.

Fontes: The Mainichi via Portal Mie, CNN Brasil

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