EDITORIAL: MEIAS MUDANÇAS

0
914

 Passada a eleição, é época de analisar o comportamento dos eleitores, nesta eleição tão atípica em comparação a pleitos anteriores.

 No campo majoritário, em São Paulo a população mandou um recado claro e objetivo: mudanças já. Se o atual prefeito Fernando Haddad penava para subir nas pesquisas, o adversário direto João Dória escalou de forma assombrosa na intenção de votos. Tanto é assim que levou já no primeiro turno – um resultado até então inédito no município no contexto histórico das últimas eleições.

 Para os orientais, a eleição mostrou que os candidatos que carregam a marca de “representantes da comunidade” não podem mais depender da força coletiva de apenas um segmento para serem eleitos. Precisam mostrar mais. Foi assim com os três nipo-brasileiros eleitos (Aurélio Nomura, George Hato, Masataka Ota), que não se apegaram apenas às associações e entidades. Fizeram um trabalho macro, empunhando bandeiras fortes e aderentes aos eleitores. Trabalharam com temas preponderantes e que fazem com que seus eleitores sintam-se representados.

 Essa assertividade nas campanhas vitoriosas mostra uma clara tendência: é preciso modernizar a maneira de pensar e de agir na política. O dinamismo hoje é fundamental para conquistar o maior número de eleitores, e a palavra “renovação” está mais do que presente. Na bancada nikkei da Câmara Municipal, equilibra-se a experiência com as novas ideias, pois Nomura já vem com um histórico de trabalho. Ota e Hato reelegeram-se para continuar o que começaram no mandato anterior. E, ainda, há o jovem Rodrigo Hayashi Goulart – sangue novo que chega ao parlamento com a experiência do pai (deputado Goulart). Uma bancada equalizada e que promete batalhar pelos anseios não só da comunidade, como da população.

 Sobre as demais candidaturas, infelizmente os descendentes de coreanos e chineses não conseguiram emplacar um representante. Talvez, mais para frente, até mesmo com o próprio amadurecimento como comunidades, seja uma tendência natural serem vitoriosos nas urnas. Enquanto isso, resta cobrar dos eleitos o grande legado dos orientais: trabalho árduo e força de vontade.

Boa leitura.