Educação: Veio para jogar ou para trabalhar?

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A chegada da Geração Y ao mercado de trabalho trouxe uma nova perspectiva às já consagradas técnicas de administração de empresas. Se as décadas de 1980 e 1990 foram as responsáveis pela maior revolução na forma que utilizamos a tecnologia, as primeiras décadas deste século serão as responsáveis pelo estabelecimento de uma nova relação de trabalho no que diz respeito aos sistemas de informação das nossas empresas…

É impossível falar da Geração Y sem falar em games. Qualquer um que esteja atuando no mercado de trabalho e já participou de um processo seletivo sabe: não é mais a empresa quem escolhe o candidato. O candidato é quem escolhe a empresa, digo a sua nova Lan House.

Sim, Lan House. Você conhece alguma Lan House melhor do que o seu escritório? Duvido.

Seu escritório, qualquer que seja o porte da sua empresa, tem serviço de dados de alta velocidade, sistemas contra queda de energia dos servidores e dos micros, cadeiras ergonomicamente projetadas, iluminação adequada, ar-condicionado, ambiente silencioso, micros com bons processadores sem contar os benefícios indiretos como cafezinho de graça, telefone, gaveta para pertences pessoais e, em alguns casos, garagem privativa. Diga-me, qual Lan House oferece pacote semelhante de facilidades?

Admitindo que seja parcialmente verdade que seus funcionários mais novos, que um dia substituirão os mais velhos, vêem a sua empresa como uma Lan House, porque não transformar toda a sua base de sistemas com uma linguagem baseada em games?

Os games têm navegabilidade intuitiva, interface instigante, e uma dinâmica que faz você voltar para ver o próximo passo. Seja sincero, são estas as características que melhor descrevem os sistemas que você usa na sua empresa?

Olhando nossos sistemas atuais, a ideia de que eles são do milênio passado me parece muito razoável. Quantas senhas você digita no trabalho diariamente? Quantas telas, quantos menus, quantas informações, quanto trabalho!

Por outro lado, um game muitas vezes acessa a internet, conecta você com outros usuários, acessa servidores do mundo todo, traz dicas de sites independentes e o jogador nem se dá conta disso. Aliás, o acesso (ou login) já é biométrico há anos! O máximo que conseguimos na nossa empresa é crachá que libera a catraca de entrada e já chama o elevador ou para aqueles mais avançados um notebook que nunca reconhece a sua digital quando você mais precisa da informação.

Fato é que, para os próximos anos, ou mudamos drasticamente a forma como escrevemos nossos sistemas (portais, integrados, intranet) ou não teremos a produtividade prometida pelas ferramentas de tecnologia.

Minha sugestão é que os CIO´s, gerentes de tecnologia, gerentes de sistemas, qeb designers e executivos em geral, aproveitem e comprem os melhores videogames para seus filhos, sobrinhos, afilhados e joguem com eles.

Aprendam a usar os games e procurem até se divertir com eles. Esta será a interface entre os homens e as máquinas nos próximos anos. Se você conseguir, como recompensa, terá garantido o seu emprego para os próximos anos.

Eduardo Sakemi é superintendente executivo do CIEE-SP e membro premiado da Academia de Artes, Ciências e Letras de Paris.