Sangue novo no comando

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No auge dos seus 32 anos, Edson Yassunaga se reelege na presidência da Associação Cultural e Esportiva Nikkey de Promissão

 Fotos Arquivo Pessoal

Nascido e criado em Promissão, Edson Yassunaga desde pequeno está acostumado com o dia-a-dia de um Kaikan. Cresceu acompanhando os pais e os avós nas atividades dessas entidades e foi com naturalidade que acabou se tornando presidente da Associação Cultural e Esportiva Nikkey de Promissão. Nada de novo, não fosse pelo fato dele ter apenas 30 anos, caso raro no histórico dessas instituições, geralmente presididas por pessoas com bem mais idade.

Formado em Direito, empresário na área de transporte e prestação de serviço, Yassunaga teve que enfrentar alguns percalços para realizar o desejo de ser mais atuante no trabalho das entidades e chegar à presidência. “Resolvi sair da Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira de Promissão, que foi fundada por minha família, porque percebi que lá, nós jovens não teríamos muito espaço para trabalhar. Então, me filiei a Associação Nikkey e comecei minha trajetória até a presidência”, explica.

Primeiramente Edson ficou por dois anos no comando do Conselho Deliberativo da entidade, entre 2008 e 2009. Os principais destaques da sua atuação como presidente do Conselho foram atualizar o estatuto da entidade, e unificar o nome da associação. Essa experiência serviu como uma preparação para assumir a presidência da instituição em 2010 e se reeleger no início de 2012, se tornando um dos presidentes mais jovens das entidades nikkeis.

Simples, determinado e cheio de ideias, ele revela em entrevista a Mundo Ok, o dia-a-dia de um presidente de Kaikan, conta às dificuldades que enfrentou e os planos para o futuro da entidade que preside até 2014.

MOK: Como é a rotina de um presidente de Kaikan?

Edson Yassunaga: O principal papel do presidente é de representar o Kaikan. Viajar, conhecer o trabalho de outras entidades, fazer parcerias com empresas e outras instituições, copiar boas ideias, cuidar do Kaikan, mantendo e ampliando suas atividades, e trazer mais associados para o convívio da entidade.

MOK: Falando em parcerias. Atualmente a entidade tem alguma parceria com alguma empresa ou instituição?

EY: Nós já tivemos algumas parcerias, por exemplo, com o Instituto Paulo Kobayashi (IPK) e a Sakura, para a realização de palestras para nossos associados sobre um melhor aproveitamento dos alimentos, cerca de 80 pessoas participaram do curso.  O IPK também nos contatou para realizar uma parceria e oferecer o curso de informática na nossa entidade, estamos conversando e amadurecendo a ideia, para conseguir realizar mais esse projeto para nossos associados. Além disso, as portas da nossa entidade estão sempre abertas para novas parcerias e atividades.

MOK: Quais as principais dificuldades que enfrenta no comando da entidade?

EY: O difícil mesmo é captar recursos para a entidade. Por isso adotamos várias medidas para angariar fundos, como fazer parceria com o grupo da terceira idade da região, para a utilização do salão do Kaikan, a venda de yakissoba e a realização de festas, como bon odori e undokai. Também buscamos patrocínio com empresas, para ajudar na realização das festas e para manter as atividades do Kaikan. Mas, essa tarefa não sou eu que realizo, geralmente são os diretores ou conselheiros com mais idade que vão em busca de recursos, já que eles têm mais credibilidade com as outras pessoas de mais idade, do que nós jovens. Quando nós vamos tentar algum tipo de patrocínio ou ajuda os resultados não são muito bons (risos).

MOK: Como você lida com isso? È complicado ser um presidente jovem, em meio a diretores e conselheiros mais velhos? Você já chegou a sofrer algum tipo de preconceito?

EY: No começo foi mais complicado, agora é tranquilo. É meio que cultural, os mais velhos não costumam dar muito espaço para os jovens. Aqui em Promissão, pelo menos, a comunidade não incentiva muito os jovens a terem mais responsabilidades dentro dos Kaikans. O pessoal tinha certo receio, os mais velhos têm o costume de achar que os jovens gastam muito dinheiro. Mas, eu consegui provar que nós jovens também podemos fazer uma boa gestão, sem desperdiçar recursos. Com o meu trabalho fui quebrando barreiras e mostrei que não só não desperdicei recursos, como consegui dobrar a receita do Kaikan.

MOK: Com a reeleição, quais são os planos para a gestão 2012/2013?

EY: Tenho dois planos principais. O primeiro é trabalhar para melhorar a integração das duas entidades nipo-brasileiras da cidade – a Associação Cultural e Esportiva Nikkey de Promissão e Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira de Promissão – para que juntas possam organizar a festa do Centenário de Promissão. E minha segunda meta é melhorar a estrutura física do Kaikan, ampliando as áreas de lazer, com mais atividades, para atrair cada vez mais associados e mais jovens para a nossa entidade.

MOK: Em 2008 você se candidatou para vereador. Pretende seguir com sua carreira política?

EY: A minha intenção é me candidatar para a próxima eleição para vereança. Gosto muito de política, está no sangue. O meu avô tem uma longa história política na cidade, já foi vereador de Promissão nove vezes e eu pretendo seguir seus passos. Além disso, já atuo na área política, uma vez que sou presidente do PSD de Promissão.

MOK: E como é conciliar tantos cargos e responsabilidades? Sobra tempo para a vida social?

EY: É complicado e bem corrido. Mas, graças a Deus tenho flexibilidade de horário no meu trabalho, então consigo conciliar bem as atividades e ter tempo para atuar mais no Kaikan. Quanto à vida social, não tem muito tempo. É mais trabalho e Kaikan mesmo.